O blog "As Meninas dos Olhos Audiodescrição" foi criado para promover a acessibilidade às pessoas com deficiência visual e baixa visão; deficiência intelectual, idosos,disléxicos e quem mais necessite dessa ferramenta.
Foto de Altair Garcia, professor universitário – Escola de Ciência do Trabalho, mestre em economia do desenvolvimento – IE Unicamp. Altair é um homem de pele morena, cabelos castanhos escuros curtos e crespos, sobrancelhas levemente arqueadas, olhos amendoados castanhos escuros, nariz reto, lábios grossos e barba por fazer; ele usa uma camiseta azul marinho. Ao fundo, algumas dunas e o mar. O processo de exclusão social é tão antigo quanto a existência da humanidade, a exclusão de pessoas com deficiência o com necessidade especial não é diferente. Apesar de antiga a exclusão continua em evidência na sociedade atual. A agenda inclusiva, num ambiente de vulnerabilidade social, como o brasileiro é enorme e se renova com o tempo, principalmente quando esse processo não é efetivo e acaba configurando o que alguns autores denominam de inclusão excludente, ou seja, políticas públicas mal desenhadas, mal focadas, e/ou com pouca ou nenhuma efetividade, paradoxalmente acabam elevando a exclusão ao invés de reduzi-la. Algumas iniciativas no campo da inclusão, ações afirmativas, “ discriminação positiva” tem demonstrado um esforço de enfrentamento desse processo, infelizmente, esse novo padrão civilizatório, ainda está muito longe de ser alcançado, mas nem por isso, devemos desanimar. A luta não pode ser das pessoas ou famílias vulneráveis, mas de toda sociedade.
A foto preto-e-branco retrata em close André Luis Capelo em um largo sorriso. André é um homem jovem de pele morena clara, rosto oval, cabelos escuros bem curtinhos, sobrancelhas espessas, olhos amendoados, nariz mediano, lábios grossos e dentes alvos. André usa óculos de grau, com lentes fixas da metade para cima em armação de metal retangular e camisa com listras finas.
A foto do peito para cima retrata Ricardo Alexandre discursando ao microfone com expressão compenetrada. Um homem jovem de pele branca, rosto redondo, cabelos castanhos escuros, curtos, com uma pequena franja desfiada voltada à direita, sobrancelhas retas, olhos fechados e contraídos, nariz pequeno levemente arrebitado e lábios grossos. Ricardo usa um blazer preto sobre camisa azul.
A foto em dia ensolarado, mostra em primeiro plano, Pedro Von Sydow do peito para cima, em uma lancha que não aparece na foto; visualiza-se apenas pequena porção da popa, o motor de 40 HP no canto inferior esquerdo e o antebraço esquerdo bronzeado do condutor, no punho, um relógio preto e a mão, na barra de direção. Pedro é um homem jovem de pele clara, rosto oval, cabelos castanhos claros bem curtinhos com entradas pronunciadas partindo da testa, nariz mediano, lábios carnudos e barba por fazer; os óculos de sol com lentes retangulares se estendem nas laterais amoldadas ao rosto. Do pescoço pendem duas correntes: a mais curta composta por pequenos elos arredondados, a outra longa bem mais fina desce ao centro do peito nu e com poucos pelos. Logo atrás e ao redor de Pedro o rastro de espumas brancas se estende ao fundo e delineia o caminho. Ao longe, duas ilhas rochosas cobertas por intensa vegetação, no céu azul, translúcidas nuvens brancas desenham camadas diagonais e uniformes e remetem a pinceladas em uma tela.
Foto da Viviane Carvalho no dia da Festa da Interação em B.H. no Instituto São Rafael. Ela está de frente para nós, encostada em uma meia parede, que da metade para cima é fechada com tela. Através da tela, visualiza-se a quadra de futebol aberta e acima o céu à noite. A Vivi tem a pele clara com aspecto acetinado, o rosto arredondado, cabelos longos castanhos escuros um pouco ondulados, quase na altura da cintura, sobrancelhas mais claras que os cabelos, olhos redondos, nariz delicado levemente arrebitado, lábios carnudos rosados que emolduram os dentes claros e o sorriso. O vestido escuro tem decote em V transpassado que valoriza seu corpo, tem a cintura marcada e saia toda plissada. No braço esquerdo, Vivi usa uma pulseira Neon verde. Você vai passear? Olá. Meu nome é Viviane e tenho 27 anos. Trabalho em 2 empregos como massoterapeuta. Enfrento algumas dificuldades pra chegar no trabalho. Não trabalho perto de casa porque muitas empresas da região onde moro não cumprem a lei de cotas. Então levo duas horas pra chegar no serviço. Moro em Franco da Rocha. Pego um ônibus até o centro da cidade, e depois entro em um trem super lotado onde ninguém respeita o próximo. E ainda tenho que ouvir perguntas do tipo, vc vai passear? Dificilmente alguém pergunta se vou trabalhar. Muitos acham que pessoas com deficiência não tem vida social e muito menos saem de casa pra batalhar como todos. Enfrento um preconceito por causa da minha profissão. Eu especifico que sou massoterapeuta porque se eu digo que sou massagista alguns pensam que faço outro tipo de serviço. Minha profissão é super cansativa. Eu trabalho em um laboratório de manhã e a tarde trabalho em uma livraria. E a noite volto pra casa novamente em um trem lotado. Às vezes eu sento mas já fui em pé até a estação onde moro. Mas já acostumei com a rotina. Faz 8 anos que faço essa correria todos os dias. Acho que é isso. Posso dizer que sou muito feliz e mesmo trabalhando muito adoro sair no fim de semana. Independente de trabalhar muito é bom sair pra fugir do estresse.
A foto retrata Átilas de Oliveira Silva com discreto sorriso nos lábios, sentado em um sofá de couro preto com a panturrilha da perna direita apoiada no joelho esquerdo . Átilas é um homem jovem de pele morena bem clara com aspecto bronzeado, os cabelos são curtos escuros, o rosto arredondado e as sobrancelhas levemente arqueadas; os olhos estão fechados, o nariz é mediano e os lábios grossos. O traje é casual e elegante, composto por camisa social listrada nas cores: branco, preto e marrom e a calça jeans escuro.
Foto do interior de uma sala de aulas. Luzia Neida Queiroz em pé, posa para a foto em meio aos três filhos. Ela segura no colo com o braço esquerdo, José Eduardo de um ano e meio, a mão direita, quase toca a mão de Ana Rosa, de três anos, e à direita, está Rafael Antonio, de 6 anos. Luzia tem a pele bem clara e rosto oval emoldurado por cabelos castanhos claros repartidos ao meio, que seguem ondulados até a altura dos ombros, sobrancelhas retas, olhos amendoados, nariz médio e lábios grossos; usa camiseta azul e calça preta. O filho menor está de perfil, ele e a menina têm cabelos anelados castanhos claros iluminados por mechas aloiradas; os cabelos de Ana Rosa seguem abaixo dos ombros presos nas laterais por Maria Chiquinha cor de rosa; os traços de ambos são semelhantes e delicados, o nariz é levemente arrebitado; ele usa camiseta azul estampada com coqueiros, bermuda azul mais escuro no mesmo tom dos outros irmãos e sandálias com tiras vermelhas. Ana Rosa usa camiseta igual a do irmão mais velho: branca com detalhes vermelhos nas mangas, ela usa shortinho e ele bermuda. Rafael Antonio tem o rosto um pouco mais fino, cabelo com franja, liso castanho escuro, sobrancelhas retas, olhos amendoados, nariz médio e lábios finos. Desafios Criar três crianças, não é uma rotina fácil. É uma tarefa difícil e desafiadora, porém, têm seus encantos, além do mais, é muito gratificante. Em casa, eles não param. Tempo, é uma palavra quase impossível de descrever seu significado: lavar, arrumar, cozinhar, dar banho, cuidar de cada um em seus mínimos detalhes é enfim, uma correria só. Na rua, me deparo com críticas e elogios; dó e admiração; no ônibus, enfrento muitas vezes, a falta de solidariedade das pessoas, quando não me cedem um lugar, ou a falta de atenção dos motoristas e cobradores, quando não facilitam abrindo a porta do meio, ou ainda quando o condutor dá a partida, quando ainda estou tentando descer com os meus filhos; contudo, tem aqueles que são extremamente compreensivos e atentos as necessidades de qualquer um que seja que tenha limitação... No mercado, uma tensão só, fico apreensiva, temendo que os meninos quebrem algo; enfim, cada momento, é uma aventura. Apesar de conviver, muito bem com a falta da visão, tem alguns momentos que eu gostaria de enxergar, como por exemplo, quando há uma apresentação na escola deles, quando eles trazem as tarefinhas, quando eles sorriem, ou quando choram, gostaria de poder ver a expressão em seus rostos, quando ganham um presente, ou quando são repreendidos, como fica seus semblantes; entre essas e outras coisas mais, como: levá-los ao parque, praia, gostaria de poder fazer isto sem ter sempre que depender de alguém para auxiliar. Se eu fosse falar sobre cada coisa, só um livro! Todavia, quero concluir dizendo que Deus é maravilhoso e que conto com Ele sempre para enfrentar cada desafio.
A foto em um jardim mostra Ivone de Oliveira sob a luz do sol, sentada em uma cadeira de rodas com a perna esquerda cruzada sobre a outra. Ivone tem a pele clara, rosto oval, cabelos loiros e lisos até os ombros, nariz afilado e lábios médios. Ela usa óculos de sol com armação grande e quadrada, relógio preto no pulso esquerdo, blusa estampada em tons de lilás, azul e rosa, mini saia jeans e sapatos estilo boneca azuis. Na lateral direita, em sentido vertical e letras rosas, lê-se: Gata de Rodas. QUEM É GATA DE RODAS? Eu sou a Ivone, uma mulher cadeirante, aos 6 meses de nascida tive Poliomelite que me deixou sequelas sendo uma delas, a de me impossibilitar de andar. Minha infância foi marcada por idas ao médico e cirurgias. Apesar das dificuldades, foi também uma infância de muitas brincadeiras com meus irmãos e primos. A Gatinha de Rodas foi uma criança alegre e sempre risonha. Na escola, iniciou o meu convívio social com outras crianças, foi super tranquilo, não houve rejeição. Os coleguinhas de sala de aula eram cuidadosos e prestativos comigo. Sempre gostei de estudar e fazer amizade. PRIMEIRO CONTATO COM O PRECONCEITO Como nem tudo são flores, encontrei o meu primeiro espinho no caminho: ao concluir a 4º série do antigo ensino primário, a diretora não quis disponibilizar uma sala de aula no andar térreo e disse a minha mãe que não ia se responsabilizar por mim na escola. Sem o conhecimento dos meus direitos, minha mãe não denunciou a diretora na delegacia de ensino. Tive que me afastar da escola. Quatro anos depois houve a substituição da diretora da escola e eu retornei aos estudos. Ao concluir o primário, novamente tive que interromper os estudos, por diversos motivos: falta de companhante, doença em família etc. GATA DE RODAS NA BUSCA PELA INDEPENDÊNCIA Nunca fui de ficar parada, já que não dava para eu estudar, resolvi trabalhar informalmente no artesanato. Comecei a confeccionar roupas de crochê e bordados com pedrarias, atividade essa que exerci por muitos anos visando independência econômica para o lazer e minha vaidade de mulher. Passando alguns anos meu irmão me presenteou com um computador. Além de me distrair, resolvi também procurar trabalho com carteira profissional registrada. Não demorou muito para que eu fosse contratada por uma conceituada empresa e lá estava eu inserida no mercado formal de trabalho como Operadora de telemarketing. Agora trabalhando e conectada nas redes sociais, resolvi voltar a estudar, porém a falta de companhia ainda persistia. Por obra do destino, numa rede social eu conheci uma amiga enviada por Deus. Essa amiga ao saber do meu sonho de concluir os meus estudos, tornou-se os meus pés e com essa grande ajuda finalmente cheguei na faculdade. Hoje sou bacharel em Ciências Contábeis. GATA DE RODAS NA REDE SOCIAL/ XÔ PRECONCEITO/AUTOESTIMA Passeata e manifestação social: aprendi com meus amigos deficientes da rede social a lutar por direito a inclusão e acessibilidade. VISIBILIDADE: Mesmo diante das dificuldades e dependência de acompanhante a Gata de Rodas se joga no Carnaval, na praia, nos passeios, cinema, teatro etc. Na expectativa de motivar os demais deficientes a não desanimar com os obstáculos, não ter vergonha de sua deficiência e ser feliz do jeito que é... Comunidade Gata de Rodas: a ideia da página Gata de Rodas surgiu a princípio para que eu pudesse compartilhar as minhas experiências e desafios como uma mulher cadeirante, mas a ideia se expandiu e resolvi abranger as demais parcelas da sociedade que também sofrem com o preconceito, seja ela por ser deficiente, mulher, negro, gay, Indio, pobre e etc. “A história ensina-nos que o homem não teria alcançado o possível se, muitas vezes, não tivesse tentado o impossível.” (Max Weber)
Marisa Pretti na coluna Eu mudo SP de Caio Colagrande do Diário de São Paulo. Manchete: Atriz e roteirista transformam imagens em palavras para cegos - Dupla começou em 2014 iniciativa chamada Íris Cor de Mel, para que deficientes pudessem 'ler' fotos postadas em redes sociais.
Pessoas, tivemos o prazer de fazer a audiodescrição dos vídeos que serão apresentados, um trabalho feito com muito carinho por toda equipe. Vale a pena conferir a retrospectiva dos quase 70 anos da Biblioteca Louis Braille do Centro Cultural São Paulo. A Biblioteca Louis Braille, está muito perto de completar sete décadas de serviços prestados à comunidade de pessoas com deficiência visual, apresenta uma exposição que, com uma perspectiva cronológica, percorrerá documentos, imagens, livros (em braille e falados), vídeos e equipamentos que representam a memória da instituição desde sua fundação (em 29 de abril de 1947) até os dias de hoje. Exposição Guardados no tempo Local: CCSP - Centro Cultural de São Paulo Endereço: Rua Vergueiro, 1.000, Paraíso. Quando: De 09/05/2015 até 02/08/2015 Abertura: 9/5, sábado, às 18h - haverá um pocket show da banda Majestic Horário: Terça a sexta, das 10 às 20h; sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h - livre - espaço mário chamie (praça das bibliotecas) Quanto: Sem necessidade de retirada de ingressos - grátis
Acessibilidade: Haverá interpretação em libras e audiodescrição Classificação Etária: Livre Site: http://www.centrocultural.sp.gov.br Mais Informações: (11) 3397-4002